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8 de dezembro de 2016

ESPECIAL: Helicóptero que caiu com noiva não tinha autorização para voos fretados, diz Anac

Aeronave estava registrada apenas para uso particular. Helicóptero levava noiva para casamento quando caiu em São Lourenço da Serra (SP), no domingo.

O helicóptero que caiu em São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, na tarde de domingo (4), matando quatro pessoas, não tinha autorização para fazer fretamentos.

O registro da aeronave Robinson R44 Raven II matrícula PR-TUN na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) era apenas para uso particular.

Quando caiu, o helicóptero levava a noiva Rosemeire Nascimento Silva, o irmão dela, Silvano Nascimento da Silva, o piloto Jefferson Pinheiro e a fotógrafa Nayla Cristina Neves Lousada.

O helicóptero Robinson 44 estava a caminho de uma chácara onde a festa de casamento seria realizada.

O serviço de táxi-aéreo só pode ser oferecido por aeronaves devidamente registradas na categoria “serviço de transporte aéreo público regular táxi-aéreo”. "Não há nesta agência solicitação para mudança de categoria da aeronave citada, que estava registrada como privada", diz a Anac em nota enviada ao SPTV.


"O serviço de táxi-aéreo é autorizado e fiscalizado pela Anac, razão pela qual só pode ser prestado por empresas que cumpram uma série de requisitos que tornam esse transporte o mais seguro possível.

Ao contratar um serviço de táxi-aéreo, é essencial que o usuário certifique-se de que a empresa está autorizada a prestar o serviço. É ainda recomendável que o usuário consulte a situação da aeronave (avião ou helicóptero) a ser utilizada pela empresa", indica a Anac, apontado para um site de consulta das empresas que fazem táxi-aéreo.

"Quando você parte pra exploração comercial de um avião, precisa certificar a aeronave e a empresa que vai fazer essa exploração, essa operação dentro de requisitos e regulamentos mais restritos, do que se você compra uma aeronave para seu uso próprio", explica o engenheiro aeronáutico Shailon Ian.

O helicóptero já tinha feito outro serviço de transporte de passageiros na manhã do dia do acidente, participando de um evento com a chegada do Papai Noel à sede social do Esporte Clube Santo André, no ABC paulista.

O representante comercial da empresa Voe Next, Rodrigo Braga, entrou em contato com o SPTV e explicou que a empresa é uma agência de viagens que intermediou a venda do voo e não tem responsabilidade sobre o helicóptero que caiu. Segundo a Anac, o helicóptero está em nome da empresa HELICOP.CHART.SERV.BRASIL TAXI AER.LT-ME. O SPTV tentou entrar em contato com os responsáveis pela empresa, mas não conseguiu falar.

A Anacnformou ainda que vai aguardar o relatório do Cenipa que investiga o acidente para depois abrir um processo administrativo para apurar as responsabilidades da empresa.

O delegado Albano Fernandes, que coordena todas as delegacias da Polícia Civil na Grande São Paulo, acredita que as causas da queda foram falha humana e péssimas condições de visibilidade.
Segundo o delegado, algumas testemunhas relataram que a aeronave ficou "presa" nas nuvens baixas, sem conseguir sair do lugar.

O piloto, de acordo com depoimentos, tentou fazer várias manobras para escapar da falta de visibilidade e encontrar um local para pousar. Ainda segundo testemunhas, foi numa destas manobras que a cauda do helicóptero bateu no topo de uma araucária, que é uma árvore típica de regiões de serra. O piloto perdeu o controle, o helicóptero caiu e todos a bordo morreram.

A Polícia Civil espera os laudos do Instituto Médico Legal (IML), da perícia da aeronave e da Aeronáutica para concluir a investigação.

No enterro do piloto Jefferson Pinheiro, em Suzano, amigos contaram que ele tinha 33 anos e desde menino sonhava com a carreira. "Há mais ou menos dois meses ele conseguiu um emprego. Estava vendo outro como freelancer e me disse: 'Agora acho que vou começar a me encaixar'", afirmou Anderson do Prado Gomes, amigo de Peterson.

Aeronáutica investiga

O major Caio Batalha, investigador do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 4), afirma que as copas das árvores do local do acidente estão quebradas.
"Eu não posso afirmar que caiu por causa disso, todos os fatores contribuintes serão analisados mas as copas das árvores estão quebradas. Pode ser que as copas se quebraram como causa ou consequência da queda. Ou as hélices se bateram e caiu ou se chocou por causa da queda. Tiramos fotos e vou analisar", afirmou o oficial.

Peças da aeronave que sobraram passarão por perícia em centro de análise da FAB em São Carlos. Uma equipe do Seripa foi nesta manhã ao heliponto de onde o helicóptero partiu em Osasco para conversar com técnicos da manutenção e buscar a documentação da aeronave. Ainda não se sabe a altitude em que o helicóptero voava quando caiu.


G1