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30 de maio de 2012

Linha-6: Brasilândia quer novo traçado


O anúncio do decreto de desapropriação de cerca de 407 mil m² de área para a conclusão das obras da Linha-6 (Laranja) do Metrô, no  dia 8 passado, deixou em pânico moradores de 78 imóveis da região da Brasilândia, na Zona Norte. Eles já foram notificados da decisão na semana passada e terão de deixar suas casas.

Mas unidos pela Sociedade Amigos do Jardim Guaraú e Gonçalves Centeno, os moradores pretendem entrar na Justiça, no próximo mês, para que o Estado reveja a posição da Estação Brasilândia e diminua pela metade o impacto das desapropriações. Segundo o movimento, com o atual desenho a distância entre as estações Vila Cardoso, localizada na Estrada do Sabão, número 500, e a Brasilândia, na altura do 1.110, seria muito curta, inferior a 500 m, incompatível com o espaço normalmente utilizado pelo Metrô.

Para o diretor da associação e líder do movimento, Walter Giacon, de 65 anos, um dos desapropriados (sua família tem casa no local desde a década de 1950), a nova estação poderia ser transferida para mais 500 m à frente, para o terreno baldio de mais de 40 mil m² da antiga emprega Vega, na altura do 1.500 da Estrada do Sabão.

“Com essa mudança para um terreno que está vazio há décadas, as desapropriações seriam reduzidas. O bairro está em pânico e o Governo pouco liga para as famílias. Por isso, vamos lutar”, diz o líder.

Ele teme ainda que as indenizações pagas aos proprietários sejam menores que o real valor das casas. “Minha casa vale R$ 800 mil, sem contar o valor sentimental. O Estado não pagaria a metade. Fora isso, não há imóveis aqui e teríamos de nos mudar do lugar aonde vivemos há mais de 50 anos”, criticou.

‘Mesmo problema de Higienópolis’

Se o motivo oficial alegado pelo Metrô, há exatamente um ano, para alterar a localização da Estação Angélica da Linha-6 foi a proximidade de 500 m para a Estação Higienópolis, os moradores da Brasilândia querem o mesmo tratamento por parte do Estado.
Segundo os moradores, o Governo deve usar os mesmos critérios e mudar também o posição da futura Estação Brasilândia. “Ou mudam para o terreno da Vega ou param no Sacolão, na Estação Vila Cardoso. Se em Higienópolis mudou [pela proximidade], aqui também tem de mudar. Não acredito que o Governo levará em conta o fator de o pessoal de lá ser rico. Não somos brasileiros e paulistas diferentes deles”, disse o morador já notificado da desapropriação Eduardo Oliveira, 45 anos.

Ele diz ter gasto mais de R$ 60 mil na reforma da casa, que tem ainda sua oficina. “Não é só o trabalho. É meu ganha-pão. Minha mãe, que é de idade e mora aqui há mais de 50 anos, até passou mal quando recebeu a notícia”, afirma.

Metrô diz que traçado deve ‘minimizar interferências’

Questionado sobre uma mudança de traçado na construção da Linha-6 (Laranja), pedida pelos moradores da Brasilândia, a Companhia do Metropolitano informou que a concepção da obra visa a minimizar as interferências, incluindo o trânsito, analisando a cidade como um todo.

“A implantação desta linha foi concebida de modo a minimizar as interferências causadas pela obra, incluindo o trânsito. Uma vez implantado o projeto, a população usufruirá dos benefícios sociais do empreendimento”, disse, em nota.

Segundo o Metrô, para a obra completa serão desapropriados 406 imóveis, sendo 214 residenciais, 140 comerciais e 52 terrenos vagos. A avaliação das casas será feita pela Justiça, assim como o valor da indenização. “O ajuizamento das ações de desapropriação deverá ocorrer no segundo semestre deste ano”, informou. A empresa nega a existência de influência de poder econômico nas mudanças em Higienópolis e disse que “não houve mudança de traçado da linha, e sim um reposicionamento da Estação Angélica-Pacaembu”.

Metrô News